Esquerdista Jara classifica ultradireitista Kast como 'autoritário' no Chile
A esquerdista Jeannette Jara qualificou nesta segunda-feira (17) de "autoritário" o líder de extrema direita José Antonio Kast, no início da campanha para o segundo turno presidencial de 14 de dezembro no Chile.
A representante da coalizão de centro-esquerda venceu por apenas 2,9 pontos percentuais de vantagem seu rival do Partido Republicano na eleição de domingo.
A direita, que concorreu com três candidatos de diferentes forças, obteve mais de 50% dos votos, e as pesquisas preveem uma vitória de Kast no segundo turno.
"Eu acho que [Kast] é uma pessoa autoritária, que desrespeita quem pensa diferente", atacou Jara durante um comício realizado em La Pintana, um bairro pobre da capital.
Kast concentrou sua campanha em uma estratégia linha-dura contra o crime e na promessa de expulsar os 337 mil imigrantes sem documentos no Chile, a quem culpa pela insegurança.
A candidata esquerdista também afirmou que, nos 16 anos em que foi deputado, Kast não conseguiu passar "nenhuma lei que tenha feito o Chile avançar".
Apesar de ser um dos países mais seguros do continente, a campanha eleitoral foi dominada pelo medo da população diante do aumento da criminalidade, o que impulsionou a extrema direita e seu plano de deportações em massa e combate à delinquência.
O tom da campanha obrigou Jara a deixar em segundo plano suas propostas de programas sociais para falar mais sobre suas estratégias de combate ao crime.
Nesta segunda-feira, ela garantiu que fortalecerá as forças policiais, recuperará os bairros dominados pelo crime organizado e perseguirá "o dinheiro sujo" ligado ao narcotráfico mediante o levantamento do sigilo bancário.
"Eu me pergunto, por que Kast se opõe ao levantamento do sigilo bancário? Quem não deve, não teme", afirmou.
A candidata acrescentou que "aí deixo algumas ideias para que vejamos a diferença entre aqueles que realmente temos a mão dura".
Jara, que lidera uma ampla coalizão de centro-esquerda, disse que adotará propostas do economista Franco Parisi, que obteve um surpreendente terceiro lugar, e da conservadora Evelyn Matthei, que ficou em quinto nas eleições de domingo.
P.Hartmann--BVZ