Berliner Volks-Zeitung - 'Fomos tratados como animais', denunciam ativistas da flotilha para Gaza após deportação

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'Fomos tratados como animais', denunciam ativistas da flotilha para Gaza após deportação
'Fomos tratados como animais', denunciam ativistas da flotilha para Gaza após deportação / foto: Yasin AKGUL - AFP

'Fomos tratados como animais', denunciam ativistas da flotilha para Gaza após deportação

Ativistas internacionais que foram deportados por Israel após a interceptação militar de sua flotilha com destino a Gaza denunciaram, neste sábado (4), terem sido vítimas de violência e "tratados como animais".

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A flotilha Global Sumud ("resiliência" em árabe) zarpou em setembro de Barcelona com o objetivo de levar ajuda para este território palestino que, segundo a ONU, sofre com a fome extrema.

Mas foi interceptada por Israel, que impõe um bloqueio naval no entorno deste território, onde há quase dois anos trava uma guerra contra o Hamas, após o ataque deste movimento islamista palestino no território israelense, em 7 de outubro de 2023.

Israel deteve mais de 400 pessoas e deportou os primeiros detidos na sexta-feira. Entre eles, 137 ativistas de 13 países chegaram a Istambul neste sábado.

O político italiano Paolo Romano contou que os ativistas foram abordados por barcos militares, obrigados a se ajoelhar e agredidos caso se movessem. Ele também relatou insultos e ameaças com armas durante sua detenção.

"Fomos tratados como animais", disse à AFP o vereador da região italiana da Lombardia no aeroporto de Istambul.

Entre os participantes da flotilha, que contava com uns 45 barcos, havia políticos e ativistas, inclusive a ambientalista sueca Greta Thunberg.

Iylia Balais, ativista malaia de 28 anos, qualificou a interceptação dos barcos por Israel como "a pior experiência".

"Fomos algemados, não conseguíamos caminhar, alguns foram obrigados a deitar de bruços no chão, depois nos negaram água e para alguns de nós, negaram medicamentos", disse.

Israel confirmou a deportação dos ativistas nas redes sociais, chamando-os de "provocadores". Em Istambul, familiares os receberam com bandeiras turcas e palestinas, enquanto gritavam, "Israel, assassino".

O governo turco qualificou a interceptação como um "ato de terrorismo" e abriu uma investigação. O ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, elogiou os ativistas por "darem voz à consciência humana".

Participaram da iniciativa ativistas de dezenas de países, entre eles Brasil, Argentina, Colômbia, México e Espanha.

B.Lenz--BVZ