

Israel intercepta nova flotilha para Gaza
Os organizadores de uma nova flotilha de ajuda para Gaza denunciaram que o Exército de Israel interceptou várias de suas embarcações nesta quarta-feira (8).
A ONG Global Sumud, que coordena a iniciativa que busca romper o bloqueio que Israel impõe a Gaza, informou inicialmente que três barcos haviam sido "interceptados a 220 quilômetros da costa de Gaza" na madrugada desta quarta-feira.
Pouco depois, disse em seu site que os nove barcos da flotilha haviam sido interceptados. Uma das embarcações, chamada "Conscience", transportava mais de 90 pessoas a bordo, incluindo médicos, ativistas e jornalistas.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou nas redes sociais que havia interceptado os barcos que tentavam chegar à sitiada Faixa de Gaza.
"Mais uma tentativa inútil de romper o bloqueio naval legal e ingressar em uma zona de combate terminou em nada", afirmou o Ministério israelense.
"Os navios e os passageiros foram transferidos para um porto israelense" e os detidos "estão seguros e com boa saúde", acrescentou.
Segundo a Coalizão Flotilha da Liberdade, os barcos transportavam "ajuda vital avaliada em mais de 110.000 dólares (586 mil reais) em medicamentos, equipamentos respiratórios e suprimentos nutricionais destinados aos necessitados hospitais de Gaza".
O Ministério de Relações Exteriores turco denunciou que a intervenção israelense "em águas internacionais contra a Flotilha da Liberdade, que se comprometeu a romper o bloqueio ilegal e desumano imposto a Gaza, é um ato de pirataria". O Exército israelense deteve vários deputados turcos, acrescentou.
Nos últimos meses, Israel bloqueou várias flotilhas de ajuda que tentavam alcançar o devastado território palestino, cuja população enfrenta fome, segundo a ONU.
Na semana passada, as forças israelenses impediram a chegada a Gaza de outra flotilha da Global Sumud com cerca de 45 barcos, com políticos e ativistas a bordo, incluindo a sueca Greta Thunberg, conhecida por sua campanha contra a mudança climática.
Essa ação motivou protestos em toda a Europa.
Israel, que acusa a flotilha Global Sumud de ser uma emanação do movimento islamista palestino Hamas, afirma que os barcos violaram uma zona proibida e que "foram encontradas apenas duas toneladas de ajuda" a bordo das embarcações, desviadas à força para o porto israelense de Ashdod.
P.Fischer--BVZ