

Hong Kong instalará dezenas de milhares de câmeras com reconhecimento facial por IA
Hong Kong planeja instalar dezenas de milhares de câmeras de vigilância com reconhecimento facial com base na IA, explicou, nesta sexta-feira (3), o chefe de segurança da cidade, que está cada vez mais próxima do modelo chinês.
Na China continental, as autoridade monitoram espaços públicos com tecnologia de ponta que, pouco a pouco, está sendo implementada nesta cidade semiautônoma que desfruta de algumas liberdades vetadas no resto do país.
O centro financeiro já instalou quase 4 mil câmeras de circuito fechado de televisão (CCTV) sob um programa policial de luta contra o crime. Segundo documentos apresentados à legislatura, o número aumentará mais de dez vezes até 2028, chegando a um total de 60 mil.
A inteligência artificial já é utilizada para monitorar multidões e ler placas de veículos, e essa tecnologia "será aplicada às pessoas para rastrear um suspeito criminoso", afirmou o chefe de segurança de Hong Kong, Chris Tang, aos legisladores.
"Devemos fazê-lo", acrescentou, sem especificar um cronograma para sua implementação.
A polícia afirma que o programa SmartView é necessário para proteger a segurança nacional, prevenir e detectar crimes, atribuindo ao uso das câmeras CCTV a resolução de mais de 400 casos e 787 prisões desde o lançamento da iniciativa no ano passado.
O jornal local South China Morning Post havia afirmado, em julho, que os oficiais começariam a utilizar o reconhecimento facial em tempo real "o mais tardar até o final deste ano".
Uma tecnologia similar também foi adotada no Reino Unido, embora os críticos afirmem que concede ao governo um poder limitado para invadir a privacidade em grande escala.
Também surgem preocupações sobre coincidências falsas, que poderiam levar a prisões injustificadas.
A União Europeia adotou, no ano passado, uma Lei de Inteligência Artificial que proíbe "o uso de sistemas de identificação biométrica remota em tempo real em espaços de acesso público" pelas forças de segurança, com algumas exceções.
P.Baumann--BVZ